O transplante dental Uma opção para reposição de dentes
A perda de dentes por um paciente pode comprometer a função mastigatória e estética da boca. Uma técnica que é considerada por muitos dentistas da atualidade, como insatisfatória por ser um método antigo, está ganhando destaque segundo estudos e aplicação prática do Professor e Doutor Alexandre Fernandes.
A técnica em questão chama-se autotransplante dental.
Para entendermos melhor, temos que saber diferenciar o autotransplante dente, do reimplante e do implante dentário. No caso do reimplante é a recolocação de um dente de volta ao seu lugar, após um acidente que tenha provocado a sua avulsão traumática. Já o Implante dentário é um cilindro “parafuso” de titânio, que após ser instalado fixado no maxilar, funcionará como uma raiz artificial, sobre o qual será adaptado um “dente artificial”, a coroa ou prótese dentária. E finalmente o autotransplante dental é uma técnica cirúrgica onde um dente do próprio paciente será retirado de um local e colocado em outro local onde um dente está perdido e deverá ser extraído. O autotransplante dentário pode ser considerado como uma das opções para substituir a perda de molares, sempre quando houver um dente doador disponível com anatomia favorável – geralmente um dos terceiros molares (sisos).
Essa técnica tem evidências histórias, sendo utilizada há mais de 2000. Nessas técnicas remotas havia até relatos de alotransplantes – quando um dente é retirado de uma pessoa é transplantado para outro indivíduo. Atualmente este procedimento já não é mais realizado, em decorrência de vários problemas que isso traz ao paciente.
Foi a partir da década de 50 do século passado que os primeiros casos bem sucedidos de autotransplantes dentários começaram a serem divulgados pelo meio científico. O procedimento consistia no seguinte: após a extração de um dente destruído por cárie, um “siso” não erupcionado e com as raízes ainda em desenvolvimento, era transplantado para o lugar do dente extraído. A taxa de sucesso naquele tempo era somente de 50% e por isso não era apresentado como uma opção de tratamento válida.
Nos anos 70 novos estudos científicos e aprimoramento das técnicas cirúrgicas fizeram com que o autotransplante dentário voltasse a ganhar espaço como tratamento, pois as taxas de sucesso desse procedimento já alcançavam a faixa de 82 a 90%.
No Brasil ainda há muita resistência e desconfiança dos profissionais da área, e o procedimento ainda é pouco utilizado. Já em diversos países desenvolvidos, como na Escandinávia e Japão, ele tem sido realizado com muita frequência e com elevadas taxas de sucesso.
Nos últimos 10 anos, relatos de séries de casos tem sido publicados em revistas científicas de renome internacional, destacando que o autotransplante de molares é um procedimento confiável por apresentar excelentes resultados funcional e estético, além de ser uma opção mais econômica quando comparada com as demais.
Atualmente, a técnica de implantes é mais utilizada do que os autotransplantes dentários, principalmente pelo fator comercial e também por desconhecimento dos profissionais dessa interessante opção terapêutica à disposição do paciente.
Na decisão entre essas duas opções, deve se levar em conta o nível de informação correta obtida pelo paciente e a experiência do profissional dentista para realizar com segurança tais modalidades terapêuticas.
Embora atualmente o tratamento das perdas dentárias com implante seja muito mais comum, o autotransplante dentário que tem a vantagem de oferecer um resultado mais natural e por um custo muito menor, poderá ser uma opção atrativa em algumas situações.
O autotransplante deve ser considerado como uma opção viável em relação à próteses convencionais e sobre implantes, por preservarem a qualidade e a quantidade óssea alvelar, por permitir futuro uso de implantes se necessário e principalmente pelo fator econômico, o custo do procedimento é menor em relação aos outros procedimentos.
“A idéia de ter o dente transplantado não me ocorria e me pareceu estranha e surpreendente. O dente fora transplantado encaixando perfeitamente e não trazendo nenhum tipo de transtorno.. Tive boas impressões do trabalho realizado, além de poder retornar o bem estar e a saúde bucal. Ele possibilitou uma clara percepção dos benefícios!” Hélio, 36 anos
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